Entrevista realizada pela empresasmais.pt na Edição n.º 65 – AGOSTO 2020
Apresentação da entrevista em texto corrido.
Batatas Egberto – de Portugal para o mundo!
“Os nossos principais clientes são os revendedores por isso claro que a concorrência existe, contudo, a nossa relação com eles é cordial, pelo que encaro essas empresas mais como parceiras do que como concorrentes”.
Vocacionada para a compra e comercialização de batatas, cebolas, alhos e sacos de rede, tendo como parceiras varias empresas de transporte especializa- dos de Portugal para o Mundo, a empresa Batatas EgBerto foi fundada em 1979 por Egberto da Silva Jesus, pai da atual proprietária, Vera Santos, que em conjunto com o sócio Paulo Meneses tem apostado na qualidade do produto como também do serviço ao cliente.
No último ano fez um investimento cerca de 1 milhão de euros em máquinas a fim de melhorar o serviço ao cliente, como também na aquisição de um armazém na zona de Torres Vedras para trabalhar diretamente com a produção.
Conhecida e reconhecida no mercado nacional e internacional pela sua qualidade
Com uma equipa constituída por 20 pessoas e com um volume de faturação de 12 milhões de euros, em 2019, os últimos cinco anos foram de mudanças e transformações na empresa. “Éramos uma em- presa familiar, mas, em dezembro de 2016, o meu irmão optou por criar outro projeto. Também tivemos que ultrapassar um incêndio nas nossas instalações. Foi uma época de mudança e de transformação, contudo, olhando para trás, acho que foi o melhor que nos podia ter acontecido. O que não nos mata, apenas nos torna mais fortes”, recorda Vera Santos.
Olhando para o mercado, a empresária refere que é difícil falar em concorrência, porque as empresas que laboram neste setor muitas delas trabalham diretamente com os híper e supermercados, algo que as Batatas EgBerto para já não fazem e pela estreita relação de parceria que mantem com todos os seus clientes e fornecedores, a empresa assenta o seu sucesso na criteriosa seleção e variedade dos produtos que coloca ao dispor dos seus clientes e claro na compra direta aos produtores.
Em relação às consequências da pandemia, Vera Santos admite que a empresa foi afetada, uma vez que muitos dos seus clientes vendem diretamente para a restauração e “o setor estagnou, logo o consumo desceu drasticamente. Apesar disso, conseguimos, de alguma forma, minimizar este decréscimo com um aumento acentuado de consumo nas frutarias. Seja como for, o nosso volume de faturação será menor este ano, ainda que o volume de vendas seja basicamente o mesmo. O problema é que o preço da matéria-prima baixou muito devido ao baixo consumo.
A realizar um investimento de 1.6 milhões de euros na construção de um novo pavilhão, a empresária garante que, “ainda que este seja um momento de in- certeza em relação ao futuro”, este é um investimento que tinha que ser realiza- do. “Logisticamente não podíamos permanecer nas instalações existentes. Tínhamos mesmo que avançar com este novo espaço. Não podíamos ter vencido tantas batalhas para agora estagnarmos. Melhorar o nosso serviço apostando na qualidade tem sido um desafio ganho. Pretendemos consolidar ainda mais a nossa posição no mercado.
Vocacionada sobretudo para a venda no mercado nacional, as Batatas EgBerto realizam exportações esporádicas para Angola e Cabo Verde. “Queremos apostar mais na internacionalização, mas temos agora de esperar para perceber como é que o mercado vai reagir ao Covid-19. Queremos ser ativos no mercado global e procuraremos uma posição de referência. Isso significa que estamos focados nos desejos e necessidades dos nossos parceiros, bem como no valor dos nossos clientes”, conclui Vera Santos.